Assumo... também não uso!
Não vou comentar aqui as atitudes de Alberto João Jardim perante o 25 de Abril, as quais já motivaram as mais diversas opiniões. Pessoalmente, entendo que cada um festeja o que quer, e como quer, e se o líder do Governo madeirense entendeu por bem "ignorar" o significado deste dia, está no seu direito.
Prefiro olhar para outra atitude de outra figura do Estado, mais propriamente daquela que é a principal figura do Estado: o Presidente da República. É que Cavaco Silva foi hoje à Assembleia da República sem usar na lapela o tradicional (para muitos que não para todos) cravo vermelho, situação que motivou logo dos auto-denominados "defensores da liberdade" críticas ferozes.
Pessoalmente, assumo: não uso nem nunca usei cravos vermelhos na lapela!
Afinal, ainda hoje, 32 anos após o 25 de Abril, em algumas aldeias do interior norte deste país que até conheço particularmente bem, quem não vai à missa ao domingo é visto como alguém de vida duvidosa. Outros, para "limparem" a sua imagem, assumem um papel de "beatas" (as de igreja mesmo) sem que isso signifique mais ou menos fé, mas apenas porque "dá jeito".
Pessoalmente, aplaudo a atitude do PR que, afinal, limitou-se a manter uma atitude que já assumira antes, de não usar cravo, mesmo sabendo que teria dado "mais jeito" se agora aparecesse com cravo na lapela.
O 25 de Abril diz já pouco a muitos, mas ainda há quem não esqueça de alguns que até ao dia 24 de Abril de 1974 estiveram ao lado do antigo regime, e que depois do 25 de Abril foram os primeiros a colocar o cravo na lapela. É que... dava jeito!
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