17 julho 2006

Jornalismo ao Sol!

Decididamente, o que está a dar é falar do Sol, ou não estivéssemos nós no Verão, ou não fosse esta a época em que o Sol dificulta a tarefa dos nossos Soldados da Paz no combate ao flagelo dos incêndios, ou não seja a curiosidade (ou será ansiedade?) o sentimento dominante entre os jornalistas sobre o "outro" Sol, o novo semanário que está para chegar.

No meio de uma das muitas viagens através da "blogoesfera", fui descobrir um blog francamente interessante (...) em que o Sol, o tal que vai ter não sei quantas páginas e que terá em José António Saraiva o seu Director, é um dos temas dominantes.

Nesse mesmo blog, um comentário a um "post" assinado por "lady_mcbeth", esta pergunta, a propósito dos jornalistas... "onde estão os lobos, os mochos da classe? Os que sabem, os que conhecem, os que já viram, já foram e já voltaram? Reformaram-se? Eram mal pagos e foram-se embora? O quê? Não percebo…No jornalismo, como nas demais profissões, não é a experiência e o tempo que aprumam a qualidade?"

Respondo eu...

...como jornalista, sou obrigado a dizer, em relação aos lobos ou aos mochos da classe, que ou já não existem no activo porque deixaram o nosso convívio no mundo dos vivos, ou porque se reformaram, ou porque tiveram que aceitar rescisões "amigáveis" porque eram incómodos e faziam perguntas incómodas.

Hoje, no dia em que os jornais são dominados por grandes grupos económicos, alguém imagina o Expresso a dar uma notícia que não agrade ao Balsemão, alguém acredita que o Correio da Manhã critique os interesses financeiros da Cofina, ou alguém espera ver no Diário de Notícias ou no 24Horas notícias contra a Olivedesportos ou contra a PT?

Aliás, alguém está à espera que o Sol venha a dar notícias em que estejam em causa interesses financeiros do BCP e as suas respectivas OPA's e afins?

Os "lobos" do jornalismo fariam essas perguntas. Não admira por isso que os lobos sejam uma espécie em via de extinção, e quando se sabe da sua existência rapidamente se organizam batidas!